RUY, mano:
Que
pena que o Brasil não cultiva sua memória. A crise de identidade em
que vivemos hoje, onde a tabula rasa de conhecimentos que é a cabeça da
grande maioria da população alienada, leva à manipulação histórica
odiosa, com a criação de pseudo verdades que ela não tem instrumentos
para contestar. Como resultado, são as personalidades vazias da
telinha, com seus valores fúteis, que ditam normas de comportamento
completamente alienígena à sociedade brasileira, mas muito a gosto dos
que desejam perpetuar-se no poder. Panis et circenses...
Fica difícil não supor que o descaso dos governos com a memória e a educação seja mais que mera incompetência.
A história do Brasil, como disse Eduardo Bueno com muita propriedade, não tem como ser chata. Só um bestalhão consumado pode achar que seja.
Que outro país pode dizer que tem uma gênese templária?
Nós temos. Quero ver alguém contestar este fato.
Só nós fomos uma monarquia legítima no novo mundo. Fomos mesmo! Ah, mas teve o Iturbide no México. Ora, Iturbide foi só um caudilho que se autoproclamou imperador, só isso...
Pois é. Quantos sabem que duas bandeiras nacionais tremularam no Brasil independente?
Quantos já ouviram falar em Max Wolff, o soldado brasileiro mais condecorado da FEB?
Hoje, setenta anos depois, a garotada americana conhece Audie Murphy, o baixinho mais condecorado entre os soldados americanos, que virou astro de cinema.
Os
britânicos, todo ano, aos onze minutos para as onze horas do dia onze
de novembro, chova ou faça sol, homenageiam seus mortos no Dia da
Lembrança, lest we forget.
Os
russos honram seus heróis de guerra, mesmo que o regime tenha mudado e
os tempos sejam outros. Lá ninguém diminui ou desonra um Herói da União Soviética.
Todo
país faz isto, pelo menos desde os dinamarqueses inauguram o túmulo
para o soldado desconhecido, em meados do século XIX. Em todo o mundo
os heróis são honrados como parte da herança viva de um povo.
Menos aqui.
Sabem quem foi Alberto Torres?
Nada menos que o piloto da Força Aérea que afundou o submarino U-199 na
costa do Rio de Janeiro, único brasileiro a fazê-lo. O mesmo Alberto
foi o piloto com mais missões realizadas nos céus italianos. Algum
jornalista lembrou e fez uma reportagem. Acabou-se.
Todo mundo decente se sente orgulhoso de honrar seus heróis.
Nós não.
Nós zombamos dos nossos heróis com a estupidez insípida dos boçais.
Com
o deboche imbecil dos ignorantes, deixamos escorrer pelos dedos as
areias auríferas do passado para pôr, no nosso panteão pessoal, os
“heróis” desse lixo chamado BBB, cujo título, a única coisa inteligente de todo o esquema, tem origem na obra imortal de George Orwell.
Pior ainda: os cínicos que montaram o esquema ajudam justamente a
desenvolver aquela sociedade monolítica desumana, alienada e opressora
que o livro condenava com veemência. Isto é o cúmulo da inversão dos
valores: usar o antídoto como rótulo da praga.
Muito próprio dos tempos rasos em que vivemos.
Não
tenho nada contra essa coisa deturpada ser colocada no ar. Tenho, sim,
contra os desgovernos que deixaram um povo tão despreparado e
imbecilizado que um lixo desses se converta em sucesso.
Que
boa parte da massa se mantenha ignara e inculta é inevitável. Mas,
pelo menos, que ela tenha opções, condições de ascender, educadas com
alternativas outras que não apenas o ópio que a mantém como tal.
Não
quero muito. Só quero que o Brasil não despreze seu passado, que não o
troque por pretensas quimeras de utópicos sem raízes e sem escrúpulos –
quimeras tão insípidas que nivelam por baixo a massa, a título de
igualdade, enquanto entronizam uma nova classe aristocrática que, por
ser “mais iguais que os outros”, se arvoram em árbitros e juízes
perenes, cuja única capacitação é ter feito parte da panelinha.
Será muito pedir que o Brasil conserve sua brasilidade?
Parabéns, mano Ruy. Esses tópicos, aparentemente soltos, que você coloca em O Front
nos ajudam a lembrar que existe muito mais coisas do que os escândalos
sucessivos ou as imbecilidades bostejadas por grupelhos enquistados em
ministérios idiotas para justificar a sinecura imerecida...
Abração,
JG
Distinguished Service Cross
A
Distinguished Service Cross (DSC) (em português, Cruz de Serviços
Relevantes") é a segunda maior condecoração militar que pode ser dado a
um membro do Exército dos Estados Unidos da América, premiado por
extrema bravura e risco de vida em combate real com uma força armada
inimiga. Ações que merecem a Distinguished Service Cross devem ser de
tão alto patamar a ponto de sobressair-se todas as outras condecorações
militares dos Estados Unidos, abaixo somente da Medalha de Honra. A
Distinguished Service Cross é equivalente ao Crucifixo da Marinha
(Marinha e Fuzileiros Navais) e ao Crucifixo da Força Aérea) (Força
Aérea).
A primeira Distinguished Service Cross foi dada durante a
Primeira Guerra Mundial. Em adição, um número de premiações foram
feitas por ações ocorridas antes da Primeira Guerra Mundial. Em vários
casos, estes eram soldados que tinham recebido um Certificado de Mérito
por bravura a qual, na época, era a única premiação de honra ao mérito
além da Medalha de Honra que o exército poderia receber.
Esta
condecoração é distinta da Distinguished Service Medal, que é dada em
reconhecimento a soldados de serviço excepcionalmente meritório ao
governo dos Estados Unidos em um dever de grande responsabilidade.
O Major do Exército Brasileiro, Apolo Miguel Rezk foi condecorado com esta medalha durante a 2ª Guerra Mundial.
Fraterno Abraço
RR
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