Pessoal, desculpem que não tenha mandado com a formatação usual, onde dou ênfase a fim de facilitar a compreensão, que acho ser o mínimo necessário quando se dialoga educadamente.
Agora vai.
Um grande abraço,
JG
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, mano:
Não há dúvida de que você tem razão. É fundamental lutar contra o sistema, viciado desde o tempo colonial, como é fácil perceber no Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida, escrito em 1852. E digo ainda que é mais do que só “um sistema”, como pode parecer.
Tudo, entre nós, está à mercê da moda, refém de “reformadores”.
Aqui, nem o idioma, artigo fundamental na comunicação, tem perenidade e tem a chance de evoluir naturalmente. Não tem, porque aí vêm os “reformadores” e esculhambam tudo com reformas idiotas que de nada servem além de teoricamente entronizar seus nomes. Tudo o que foi escrito até então torna-se obsoleto, como se um país de analfabetos funcionais (no mínimo!) pudesse dar-se ao luxo de jogar fora todo seu acervo cultural.
Vai-se a gramática e ficam os modismos idiotas, tipo entregar em domicílio é o certo, entregar a domicílio é errado. Asneira da grossa! Que diferença isto faz? Mas é o suficiente para milhares de estabelecimentos jogarem fora seus cardápios e consertarem seus letreiros...
Não sou filólogo e não dou a mínima para essas filigranas que nada acrescentam. E, nos meus quase 72 anos, já vi escracharem o idioma cinco vezes!
Ora, se o próprio idioma não tem permanência, se as leis podem ser alteradas casuisticamente para satisfazer, ao bel prazer, os agentes interessados – isto sem contar que são um cipoal desgraçado, com milhões delas, às quais se juntam portarias, atos, decretos, poetarias, normas e zilhões de outras frescuras – como se pode desejar que alguma coisa perdure? Sabe qual é a consequência imediata?
A insegurança. Uma maldita insegurança.
Dentro da dúvida, nasce o desânimo e, por fim, a alienação e a irresponsabilidade. Adeus cidadania, porque nada é seguro, nada é estável, nada tem um mínimo de permanência. Nem os valores, nem os princípios, nada. Só o hoje. O ontem foi esquecido, porque não valia nada, e o amanhã que se dane...
É claro que temos um povo inseguro. Como poderia ser diferente?
É inseguro quanto às leis – pela quantidade absurda delas, pela sua impermanência, pelas múltiplas inconsistências e pela falta de clareza no enunciado. Sem falar que muitas se contradizem nesse paraíso e inferno para os advogados.
Nessas condições, dentro desse emaranhado idiota, é impossível para um cidadão andar na linha. Nossa relação com o poder constituído, que tem o poder da violência constitucional, é mais ou menos como a atitude do cardeal Richelieu:
– Deixe-me conversar por cinco minutos com qualquer homem honesto que acharei cem razões para enforcá-lo...
Para começar, Joksan, somos reféns das leis incompreensíveis, confusas e demasiadas. Somos reféns dos modernos fiscais da coroa, que não só legislam à vontade em favor da classe dominante como também protegem seus esbirros atrás da culatra de artigos e parágrafos, enquanto a massa indefesa não resta outro recurso senão espantar-se, engolir a indignação e pagar. Somos reféns do idioma, como já disse. Noventa por cento é incapaz de pontuar corretamente! Somos reféns da demagogia barata, da ditadura do voto não esclarecido e fraudado, como se eleição fosse unção. Não é.
Não é porque um ato ilícito não gera direitos. Se é irresponsável ou, muitíssimo pior, nem sequer pode ser aceita como lícita, como pode ser declarada como válida?
A eleição, pode, sim, equivaler a unção. Mas não nesse ambiente deformado por tantos interesses e tanta insegurança. É disto que se fala.
Posso afirmar que o problema foi muitíssimo agravado com a transferência da sede do poder para Brasília, onde praticamente ou não há povo ou o povo não conta.
Ah, dirão alguns, também há manifestações populares em Brasília.
É mesmo? Então pergunte quem pagou os ônibus para ver a quem interessa a “manifestação”....
Na verdade, vivemos de mentiras.
A única coisa realmente palpável, real, nessas últimas duas décadas foi o controle da inflação, que todos acreditavam impossível. O que de bom aconteceu decorreu desse controle. O resto é o resto. Pareço radical? Então, que tal contestar?
Por falar nisto, quantas páginas tem nossa Constituição? Será necessário ler centenas de páginas para entender o “espírito das leis”? Montesquieu é bem mais simples e coerente. Na Grécia antiga, isto seria chamado de peripatético. Hoje, é só patético, mesmo na terra de Peri...
Você tem razão, Joksan. Concordo com você.
Não adianta continuar com o sistema viciado. Vai contaminar o melhor dos intencionados – aliás, como um bem intencionado chegaria à posição de candidato?
Mas é necessário cortar a gordura para enxergar a carne. É fácil chamar de democracia somente baseado em eleição e eleitos. Se fosse só isto, Uganda sob Roberto Mugabe seria democracia. Cuba, há cinquenta anos sob os Castro, também. Idem para a Coréia do Norte, debaixo do Exército com aquele bebê com cara de imbecil. Se você achar que são democracias, não tenho nada mais a dizer, apenas que a noção de democracia exige bem mais do que o voto.
No mínimo, ela pressupõe educação. E isto, mano, é avis rara neste país de impermanências, inconsequências, irresponsabilidades e inseguranças.
Abração,
JG
Ir.'. ,
De fato, perseguição cega é como fé cega e partidarismo é como torcer por times de futebol. O Ir.'. Silvio sempre diz que muitas coisas ruins que hoje presenciamos não são exclusivas do PT, mas sempre existiram devido ao nosso sistema político viciado há tempos Assim, para realmente melhorar, o que precisaria mudar é o sistema político viciado.
Defender que o governo de um partido (qualquer que seja) tenha que ser "derrubado" ao invés de atacar os vícios do sistema é no mínimo solução singela. Como disse aqui alguns dias atrás um Ir.'. auto-declarado petista, a solução que ele vislumbra seria mudar o partido e não de partido.
Defender só a mudança de governo e não empreender luta contra o sistema viciado é muito pouco (e até suspeito).
Ir.'.
Prezado Ir.’. M.,Parabens. Uma pequena resposta para as grandes discussões que passam por aqui.Se conseguissemos ver o problemas nacionais e discuti-los sem a necessidade de imputar tudo ao PT estaríamos subindo um degrau no entendimento dos assuntos de um modo geral, sem particuraliza-los, ou melhor partidariza-los.TFA
ManoNada a ver. Essa é a função do BNDES, financiar as empresas nacionais. Isso acontece desde a criação do banco,bem antes do governo PT.Não sou petista.O Brasil está assim, é assim mesmo ???Alguém explicar?
Como diria um colega; isso é surreal!Deixa ver se entendi...O Governo Federal traz para o Brasil médicos estrangeirosincapacitados, sem revalidação de diploma, joga estesprofissionais despreparados para atender o povo no SUS,e deixa nossos hospitais públicos caindo aos pedaços.Enquanto isso, investe dinheiro no melhor e mais carohospital Privado do Brasil, que funciona com tecnologia de ponta,conta com mão de obra extremamente qualificada, de altos salários,e que "coincidentemente" é o Hospital para onde vão nossoshonrados políticos: Lula, Dilma, Genuíno, outros e outros...É isso mesmo? CLARO QUE É! ESTE É UM GOVERNO DO PT!
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