Pois é. A verdade dói.
Eu acompanhei essa degradação de perto, mano Otávio.
Vi o tecido social se degradar com isto e por isto. E me vira o
estômago a hipocrisia dos mesmos personagens virem a público como se
ilibados fossem, como se não tivessem nada com isto.
Um grande abraço,
JG
"Dize-me com quem andas e eu te direi se vou contigo". (Barão de Itararé).
Que a mídia, os artistas e os intelectuais que tanto se drogaram
nas três últimas décadas venham a público assumir:
nas três últimas décadas venham a público assumir:
Eu ajudei a destruir o Rio de Janeiro
Façam um adesivo e preguem no vidro de seus Audis, BMWs e Mercedes
É
irônico que a classe artística e a categoria dos jornalistas estejam
agora na vanguarda da atual campanha contra a violência enfrentada pelo
Rio de Janeiro. Essa postura é produto do absoluto cinismo de muitas das
pessoas e instituições que vemos participando de atos, fazendo
declarações e defendendo o fim do poder paralelo dos chefões do tráfico
de drogas.
Que cinismo desses jornalistas, artistas e intelectuais ao defenderem o fim do poder paralelo dos chefes do tráfico de drogas!
Desafiamos
a todos que tanto se drogaram nas últimas décadas, que venham a público
assumirem a parte que lhes cabem quando na destruição da Cidade Maravilhosa.
Quando
a cocaína começou a se infiltrar de fato no Rio de Janeiro, lá pelo fim
da década de 70, entrou pela porta da frente. Pela classe média, pelas
festinhas de embalo da Zona Sul, pelas danceterias, pelos barzinhos de
Ipanema e Leblon. Invadiu e se instalou nas redações de jornais e nas
emissoras de TV, sob o silêncio comprometedor de suas chefias e
diretorias.
Quanto
mais glamoroso o ambiente, quanto mais supostamente intelectualizado o
grupo, mais você podia encontrar gente cheirando carreiras e carreiras
do pó branco. Em uma espúria relação de cumplicidade, imprensa e classe
artística (que tanto se orgulham de serem, ambas, formadoras de
opinião) de fato contribuíram enormemente para que o consumo das drogas,
em especial da cocaína, se disseminasse no seio da sociedade carioca – e
brasileira, por extensão. Achavam o máximo; era, como se costumava
dizer, um barato.
Festa
sem cocaína era festa careta. As pessoas curtiam a comodidade
proporcionada pelos fornecedores: entregavam a droga em casa, sem a
necessidade de inconvenientes viagens ao decaído mundo dos morros,
vizinhos aos edifícios ricos do asfalto.
Nem
é preciso detalhar como essa simples relação econômica de mercado
terminou. Onde há demanda, deve haver a necessária oferta. E assim,
com tanta gente endinheirada disposta a cheirar ou injetar sua dose
diária de cocaína, os pés-de-chinelo das favelas viraram barões das
drogas.
Há
farta literatura mostrando como as conexões dos meliantes rastaquera,
que só fumavam um baseado aqui e acolá, se tornaram senhores de um
império, tomaram de assalto a mais linda cidade do país e agora cortam
cabeças de quem ousa lhes cruzar o caminho e as exibem em bandejas,
certos da impunidade.
Qualquer
mentecapto sabe que não pode persistir um sistema jurídico em que é
proibida e reprimida a produção e venda da droga, porém seu consumo é,
digamos assim, tolerado. São doentes os que consomem. Não sabem o que
fazem. Não têm controle sobre seus atos. Destroem famílias, arrasam
lares, destroçam futuros.
Que a mídia, os artistas e os intelectuais que tanto se drogaram nas três últimas décadas venham a público assumir: "Eu ajudei a destruir o Rio de Janeiro". Façam um adesivo e preguem no vidro de seus Audis, BMWs e Mercedes.
Poderia
citar nomes que estão até nas novelinhas atuais da Rede Bobo, mas
recordo-me particularmente de entrevista de Nelson Mota, celebre
personagem de nossa esfera musical, atualmente rico e residindo em New
York, algo do tipo :
Þ “ nos
tempos da bossa nova, acordávamos lá pelas dezoito horas e íamos para o
Beco da Garrafas ou ao Cabral onde nos encontrávamos e de onde saiamos
com destino a casa do poetinha (Vinicius) onde queimávamos uns baseados e compúnhamos ao piano por toda a madrugada" ...
Þ o que dizer de Dona Neuzinha Brizola,
de triste memória, detida seguidas vezes com trouxinhas de seu
consumo nos aeroportos do RJ e que reservava semanalmente e promovia sua
"ROCKONHA" nos recintos do Edifício Menezes Cortes, isto durante o
governo do seu pai, Leonel Brizola, quem sabe estartando ali o período de impunidade aos distribuidores da erva e da cocaína.
Þ
e o Lobão que de certa feita declarou-se consumidor de drogas e disse
que o Brasil era um País retrógrado e hipócrita e que deveria liberar o
consumo de diversos tipos de narcóticos a exemplo da Holanda, aliás onde
deveria ter nascido.
Þ e o que dizer do declarado consumidor Caetano, este ícone da viadagem musical que compôs Menino do Rio para um jovem surfista por quem disse ter se apaixonado e que certa vez declarou n’O Pasquim que bastava sair as ruas para ter desejo e apaixonar-se por um homem ou uma mulher tanto faz...
Sem
querer ser palmatória do mundo, pois isto sempre existiu e, certamente,
existirá, só que os praticantes eram recatados e a imprensa e a mídia
não se valia da divulgação desses atos para projetá-los e assim vender
revistas e discos, peço que reflitam sobre o tanto de jovens que lendo
mensagens dessas pessoas (ídolos e formadores de opinião) podem ter sido
influenciados e que hoje estão enterrados como o Cazuza e o Renato Russo ou penando para deixar as drogas e reconstituir os neurônios como o Fábio Assunção,
da Rede Bobo que recentemente deixou o set de gravação da novela se
declarando "incapacitado para o trabalho", não tem, talvez, capacidade
de concentração, apesar de longos meses de tratamento descondicionante e
desintoxicante no EUA.
ATT.
<Vieira&Vieira>
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