Pessoal:
Sabem por que caímos nessa? Simples: porque é verossímil.
O artigo não é um engodo, não é engano, mas uma metáfora perfeita do que acontece à nossa volta e que todos percebemos, daí a eficácia da imagem.
O artigo não é um engodo, não é engano, mas uma metáfora perfeita do que acontece à nossa volta e que todos percebemos, daí a eficácia da imagem.
Todos nós concordamos que quase tudo está errado no Brasil e não é de hoje. Tudo bem. Só diferimos no remédio.
Quanto à crônica, O mano Túlio
está certo. É preocupante, até porque basta que um marginal mais
inteligente leia e entenda: este artigo será tranquilamente um vade mecum para exercer com consciência as atividades que exerce fora da lei. Simplesmente porque a realidade é essa, mesmo.
A
mídia não enganou ninguém. Só verbalizou aquilo que o crime
organizado, encoberto pela necessidade de lavagem de dinheiro escuso,
faz abertamente. O Jabor é que acertou, mais uma vez! Foi
brilhante! Parabéns a ele e vaias a nós, que discutimos se este alerta
deve ou não rolar pela net, em vez de protestarmos contra tal estado de
coisas. Quem acha que não, tente desmentir o que o Jabor coloca na boca do bandido. Quero ver!
Tem que rolar na net, sim. Pelo menos como aviso da tenebrosa realidade em que vivemos. Ou permaneçam indiferentes... e, aí, “lasciate ogni speranze, voi che entrate”!
Abraços,
JG
QQ.`.IIr.`.:
Não
que não seja verdade mais vejam a que ponto chega a mídia de enganar a
todo o mundo.Usa de um individuo famoso por muitas coisas ruins. E assim
vai este senhor enganando a todo o mundo.
TFA
Queridos Irr., perdoem-me, mas ao passar os olhos pela "entrevista" já deu pra perceber tratar-se de uma obra de ficção!
Não
que o que está dito ali não tenha origem na realidade crua que vivemos
no Brasil, ocorre que a autenticidade está comprometida, e pelo que
parece trata-se de mais uma "lenda urbana" que corre pela internet.
De
todo modo, serve para reflexão acerca da falta de perspectiva de
solução para os problemas graves que assolam nossa sociedade.
A
tal entrevista não é exatamente uma novidade no mundo virtual, senão
veja o comentário que obtive junto ao JORNAL DA ORDEM (OAB-RS) :
16.04.07 - Entrevista fictícia do bandido Marcola ao jornalista Arnaldo Jabor revela que “estamos todos no inferno!”
Voltou a circular, na Internet, uma entrevista, supostamente concedida pelo bandido"Marcola" a
Arnaldo Jabor e que teria sido publicada pelo jornal O Globo, sem data e
sem maiores referências. O texto na realidade foi ao ar, semanas
atrás, na Rádio CBN.
É puramente fictício, apenas mais uma crónica do Jabor. É possível ouvir o áudio em www.cbn.com.br. A entrevista, óbvio, não é verdadeira, mas assim mesmo é interessante (e preocupante). A entrevista ficcional revela o pavor do cidadão médio (medianamente intelectualizado) com o que está acontecendo e, ao mesmo tempo, uma certa consciência ingênua do papel do Estado. E revela também, infelizmente, uma certa visão autoritária (ao sugerir "uma ´tirania esclarecida´, que pulasse por cima da paralisia burocrática secular, que passasse por cima do Legislativo... e do Judiciário...").
Independentemente da veracidade, o texto é um sintoma preocupante, um sinal alarme. Se não foi "Marcola", alguém pensou, falou ou escreveu isso, que está tendo eco na medida em que os que recebem a falsa mensagem, a replicam voluntariamente.
Essa sensação atinge, especialmente desde sexta-feira, os operadores do Direito ao constatarem, como efeitos da "Operação Hurricane" que, mais uma vez, magistrados de tribunais superiores, policiais e advogados fazem parte de um esquema de um ativo e potente esqeuama corrupção.
E que não são teses jurídicas ou respeito ao direito que sustentam e concedem certas liminares - mas que estas tem íntima ligação com polpudas propinas. É a história do "me dá$ que eu te concedo..."
É puramente fictício, apenas mais uma crónica do Jabor. É possível ouvir o áudio em www.cbn.com.br. A entrevista, óbvio, não é verdadeira, mas assim mesmo é interessante (e preocupante). A entrevista ficcional revela o pavor do cidadão médio (medianamente intelectualizado) com o que está acontecendo e, ao mesmo tempo, uma certa consciência ingênua do papel do Estado. E revela também, infelizmente, uma certa visão autoritária (ao sugerir "uma ´tirania esclarecida´, que pulasse por cima da paralisia burocrática secular, que passasse por cima do Legislativo... e do Judiciário...").
Independentemente da veracidade, o texto é um sintoma preocupante, um sinal alarme. Se não foi "Marcola", alguém pensou, falou ou escreveu isso, que está tendo eco na medida em que os que recebem a falsa mensagem, a replicam voluntariamente.
Essa sensação atinge, especialmente desde sexta-feira, os operadores do Direito ao constatarem, como efeitos da "Operação Hurricane" que, mais uma vez, magistrados de tribunais superiores, policiais e advogados fazem parte de um esquema de um ativo e potente esqeuama corrupção.
E que não são teses jurídicas ou respeito ao direito que sustentam e concedem certas liminares - mas que estas tem íntima ligação com polpudas propinas. É a história do "me dá$ que eu te concedo..."
Um tríplice e fraternal abraço,
Não é de hoje, mas continua como um pesadelo que não dá para esquecer.
Um
bandido culto, um nihilismo de apavorar, porém, muito, muito difícil de
contestar. O dedo está na ferida. Estamos falando do estado dentro do
estado, um "progressista", implacável, o do crime, operando com megabytes;
enquanto o outro, o paquiderme estatal burocrático, continua no século
XVI, fabricando quimeras e juntando gordura com bicos e mais bicos para
sustentar apaniguados incompetentes. Não sou eu quem está dizendo. É
um marginal que pensa, que lê Dante Alighieri e ainda se dá ao luxo de uma condenação final, Lasciate ogni speranze, voi che entrate! (Deixai toda as esperanças, vós que entrais)
Uma sentença tão terrível quanto o Arbeit macht Frei (O trabalho liberta), à entrada dos campos de concentração nazista.
É de tirar o sono.
JG
Entrevista com o líder do PCC, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola , ao jornal O Globo
Estamos todos no inferno. Não há solução, pois não conhecemos nem o problema
O GLOBO: Você é do PCC?
-
Mais que isso, eu sou um sinal de novos tempos. Eu era pobre e
invisível… vocês nunca me olharam durante décadas… E antigamente era
mole resolver o problema da miséria… O diagnóstico era óbvio: migração
rural, desnível de renda, poucas favelas, ralas periferias… A solução é
que nunca vinha… Que fizeram? Nada. O governo federal alguma vez alocou
uma verba para nós? Nós só aparecíamos nos desabamentos no morro ou nas
músicas românticas sobre a “beleza dos morros ao amanhecer”, essas
coisas… Agora, estamos ricos com a multinacional do pó. E vocês estão
morrendo de medo… Nós somos o início tardio de vossa consciência social…
Viu? Sou culto… Leio Dante na prisão…
O GLOBO: – Mas… a solução seria…
-
Solução? Não há mais solução, cara… A própria idéia de “solução” já é
um erro. Já olhou o tamanho das 560 favelas do Rio? Já andou de
helicóptero por cima da periferia de São Paulo? Solução como? Só
viria com muitos bilhões de dólares gastos organizadamente, com um
governante de alto nível, uma imensa vontade política, crescimento
econômico, revolução na educação, urbanização geral; e tudo
teria de ser sob a batuta quase que de uma “tirania esclarecida”, que
pulasse por cima da paralisia burocrática secular, que passasse por cima
do Legislativo cúmplice (Ou você acha que os 287 sanguessugas vão agir? Se bobear, vão roubar até o PCC…) e do Judiciário, que impede punições. Teria
de haver uma reforma radical do processo penal do país, teria de haver
comunicação e inteligência entre polícias municipais, estaduais e
federais (nós fazemos até conference calls entre presídios…). E tudo
isso custaria bilhões de dólares e implicaria numa mudança psicossocial
profunda na estrutura política do país. Ou seja: é impossível. Não há
solução.
O GLOBO: – Você não têm medo de morrer?
- Vocês é que têm medo de morrer, eu não. Aliás, aqui na cadeia vocês não podem entrar e me matar… mas eu posso mandar matar vocês lá fora….
Nós somos homens-bomba. Na favela tem cem mil homens-bomba… Estamos no
centro do Insolúvel, mesmo… Vocês no bem e eu no mal e, no meio, a
fronteira da morte, a única fronteira. Já somos uma outra espécie, já somos outros bichos, diferentes de vocês.
A morte para vocês é um drama cristão numa cama, no ataque do coração… A
morte para nós é o presunto diário, desovado numa vala… Vocês intelectuais não falavam em luta de classes, em “seja marginal, seja herói”? Pois é: chegamos, somos nós! Ha, ha… Vocês nunca esperavam esses guerreiros do pó, né? Eu sou inteligente. Eu leio, li 3.000 livros e leio Dante…
mas meus soldados todos são estranhas anomalias do desenvolvimento
torto desse país. Não há mais proletários, ou infelizes ou explorados.
Há uma terceira coisa crescendo aí fora, cultivado na lama, se educando
no absoluto analfabetismo, se diplomando nas cadeias, como um monstro
Alien escondido nas brechas da cidade. Já surgiu uma nova linguagem.Vocês não ouvem as gravações feitas “com autorização da Justiça”? Pois é. É outra língua. Estamos
diante de uma espécie de pós-miséria. Isso. A pós-miséria gera uma nova
cultura assassina, ajudada pela tecnologia, satélites, celulares,
internet, armas modernas. É a merda com chips, com megabytes. Meus
comandados são uma mutação da espécie social, são fungos de um grande
erro sujo.
O GLOBO: – O que mudou nas periferias?
- Grana. A gente hoje tem. Você
acha que quem tem US$40 milhões como o Beira-Mar não manda? Com 40
milhões a prisão é um hotel, um escritório… Qual a polícia que vai
queimar essa mina de ouro, tá ligado? Nós somos uma empresa moderna, rica. Se funcionário vacila, é despedido e jogado no “microondas”… ha, ha… Vocês são o Estado quebrado, dominado por incompetentes. Nós temos métodos ágeis de gestão. Vocês são lentos e burocráticos.
Nós lutamos em terreno próprio. Vocês, em terra estranha. Nós não
tememos a morte. Vocês morrem de medo. Nós somos bem armados. Vocês vão
de três-oitão. Nós estamos no ataque. Vocês, na defesa. Vocês
têm mania de humanismo. Nós somos cruéis, sem piedade. Vocês nos
transformam em superstars do crime. Nós fazemos vocês de palhaços.
Nós somos ajudados pela população das favelas, por medo ou por amor.
Vocês são odiados. Vocês são regionais, provincianos. Nossas armas e
produto vêm de fora, somos globais. Nós não esquecemos de vocês, são
nossos fregueses. Vocês nos esquecem assim que passa o surto de
violência.
O GLOBO: – Mas o que devemos fazer?
- Vou
dar um toque, mesmo contra mim. Peguem os barões do pó! Tem deputado,
senador, tem generais, tem até ex-presidentes do Paraguai nas paradas de
cocaína e armas. Mas quem vai fazer isso? O Exército? Com que grana?
Não tem dinheiro nem para o rancho dos recrutas… O
país está quebrado, sustentando um Estado morto a juros de 20% ao ano, e
o Lula ainda aumenta os gastos públicos, empregando 40 mil picaretas. O
Exército vai lutar contra o PCC e o CV? Estou lendo o Klausewitz,
“Sobre a guerra”. Não há perspectiva de êxito… Nós somos formigas
devoradoras, escondidas nas brechas… A gente já tem até foguete
anti-tanques… Se
bobear, vão rolar uns Stingers aí… Pra acabar com a gente, só jogando
bomba atômica nas favelas… Aliás, a gente acaba arranjando também
“umazinha”, daquelas bombas sujas mesmo. Já pensou? Ipanema radioativa?
O GLOBO: – Mas… não haveria solução?
-
Vocês só podem chegar a algum sucesso se desistirem de defender a
“normalidade”. Não há mais normalidade alguma. Vocês precisam fazer uma
autocrítica da própria incompetência. Mas vou ser franco…na boa… na
moral… Estamos todos no centro do Insolúvel. Só que nós vivemos dele e
vocês… não têm saída. Só a merda. E nós já trabalhamos dentro dela. Olha
aqui, mano, não há solução. Sabem por quê? Porque vocês não entendem
nem a extensão do problema. Como escreveu o divino Dante: “Lasciate ogna speranza voi che entrate!”
Percam todas as esperanças. Estamos todos no inferno.
Percam todas as esperanças. Estamos todos no inferno.
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